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domingo, 27 de janeiro de 2013

NA SUA OPINIÃO, EU ACHO...











Uma obra requer, além de dedicação, inspiração e vontade de criar. No exato momento não me falta nenhum dos três itens, mas venho encontrando algumas dificuldades técnicas que estão representando um entrave para a conclusão do post A Tela Perdida, um mega texto que aborda a saga das Doze Casas e os 26 episódios do anime Lost Canvas.

ATUALIZADO: Consegui encontrar um programa perfeito para capturar screenshots de filmes e vídeos em geral. Com isso a pintura da Tela Perdida continua...

Para não deixar o blog completamente às moscas, gostaria de realizar uma pesquisa entre os leitores sobre qual texto (absurdamente grande, ou não...) eles gostariam que fosse publicado depois de A Tela Perdida.
Um Review Supremo, de preferência. E, como tenho muitos candidatos na lista de espera, colocarei apenas três em uma enquete para escolher qual jogo será retratado no post.

Com isto gostaria de saber um pouco a opinião dos leitores, e que a iniciativa sirva de incentivo para que eu possa retomar a jogatina de um dos títulos abandonados a algum tempo (pelo já manjado fator tempo + tantos outros jogos para serem experimentados).
E é isso. A enquete está aí e espero que todos participem.

Au Revoir!

sábado, 19 de janeiro de 2013

A QUEM POSSA INTERESSAR...

O projeto mais ambicioso do Mais Um Blog de Games, desde a sua criação, está pronto.

Foram meses de dedicação e empenho para criar um enorme texto de mais de 100 páginas de Word.
Durante todo esse tempo (as propriedades do arquivo me dizem que comecei o texto no mês de junho do ano passado, apesar das minhas sérias suspeitas de que foi bem antes disso), A Tela Perdida desempenhou um papel de companheiro e, ao mesmo tempo, vilão para mim.
Aos poucos fui construindo o enorme texto, que parecia ganhar vida própria ao ser alimentado diariamente por este que vos escreve. Isso quando eu não passava semanas e até meses sem escrever, acometido por uma total falta de tempo ou de paciência e criatividade necessários para “domar uma fera desse porte”.

Falo domar mesmo, pois a criação acabou tomando conta do criador, exigindo até um pouco mais do que eu estava disposto a ceder.
Por várias e várias vezes fiquei preocupado com algumas coisas: será que valia a pena o esforço? Será que o colossal texto será do agrado dos leitores do blog, já que não fala sobre jogos? Será que conseguirei publicar um post tão grande de uma vez só no blogger? E para editar, como vou fazer?

As mais de 100 páginas as quais me refiro são de texto puro. As fotos, legendas e vídeos terão que ser adicionadas ao longo dos dias. Minha intenção é publicar A Tela Perdida amanhã, no mais tardar, à noite. Mas, caso isso não aconteça, deixo claro que tal erro de cálculo ocorreu pelo mesmo motivo que decidi me dedicar a tamanho desafio: O DE NUNCA DESISTIR DE ALGO QUE EU QUERO E QUE VALHA A PENA E ME EMPENHAR AO MÁXIMO PARA QUE ALGO SAIA COMO EU DESEJO QUE SEJA. E acho que esse é um pouco do espírito que domina alguns dos personagens que vemos ao longo de toda essa controversa série de desenhos. Isso provoca a ira de uns e alimenta o amor e o saudosismo de outros, que cresceram assistindo aos episódios da saga.

É por essa razão que eu gostaria de fazer um pedido: SEI QUE O TEXTO É ENORME, MAS GOSTARIA QUE AQUELES FÃS QUE ACEITAREM O COMPROMISSO DE LÊ-LO, QUE O FAÇAM DO COMEÇO ATÉ O FINAL.
A quem não é fã da saga, peço que ao menos leia a parte dois do texto, pois se trata de UMA SINCERA INDICAÇÃO DE UMA BOA OBRA que, na minha humilde opinião, deve ser acompanhada por quem gosta de boas histórias, independente de ser fã ou não.

E é isso. O post já está salvo, na forma de rascunho. Publicarei o mais rápido que o meu tempo me permitir. E mais uma vez: espero que o leitor se divirta tanto lendo quanto eu me diverti escrevendo.

Au Revoir!!!



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PLEA$E, WAIT...

A indústria de games não se cansa de incitar a minha ira. Ontem à tarde, quando já tinha me dado por satisfeito por ter cumprido a cota de uma postagem por semana, me dirigi ao site Game Trailers para assistir a mais um episódio da coluna Pach Attack. Pra quem não conhece, a coluna semanal publicada aos domingos (na verdade eu acho que sai um episódio novo sempre aos sábados, mas como só posso assistir aos domingos...) mostra o jornalista de games Michael Pachter respondendo a diversas perguntas dos leitores a respeito da indústria de games e tendências mercadológicas.

A quem não conhece, fica a dica, caso seu inglês “ouvido” esteja em dia, claro. Ao blog Neogamer fica a dica também, para que algum corajoso colaborador aceite o desafio de traduzir e legendar os episódios toda semana.
Aliás, gostaria de aproveitar o espaço para elogiar o ótimo trabalho dos colaboradores e mantenedores do blog, que prestam um excelente serviço àqueles que não dominam o idioma inglês, traduzindo e legendando os episódios do Angry Videogame Nerd e outros.

Bem apropriada essa imagem...











Bem, o fato é que assistia ao vídeo de ontem quando uma pergunta do Twitter me chamou muito a atenção. Nela, questionavam ao Michael Pachter sobre a tendência das empresas, pasmem, COLOCAREM PROPAGANDAS NAS TELAS DE LOAD DOS JOGOS. Isso mesmo que você entendeu: a indústria de games não cansa de achacar os jogadores e consumidores que colocam o pão em suas mesas e agora pretendem criar uma nova tendência de propaganda, violando os nossos momentos de reflexão sobre como completar aquela quest que fica no outro lado do continente de Tamriel ou o nosso medo de topar com um furioso Deathclaw assim que a tela de carregamento terminar. A coisa ficaria mais ou menos assim, por exemplo...

BIOSHOCK

“Por que idolatrar uma bandeira ou deuses, quando podemos idolatrar o que há de melhor em nós mesmos: nossa vontade de grandeza”.

E aproveite para idolatrar Borderlands, o novo jogo de tiro da 2K por apenas U$49,99

“Mire na cabeça para causar mais dano”.

E onde você está com a cabeça que ainda baixou o novo DLC Mechromancer, do Borderlands 2?

Aqui a coisa ainda era levada na brincadeira...











A minha brincadeira está longe de englobar todas as funestas possibilidades que este precedente pode trazer. Michael Pachter, no vídeo, faz uma comparação entre o cinema e os games: estamos mais do que acostumados a consumir propaganda não solicitada, quando vamos ao cinema e conferimos os trailers de próximos lançamentos da telona. Mas o bom senso que inspira o jornalista a nos lembrar dessa tradição arraigada no cinema é o mesmíssimo bom senso que frisa justamente isso, que essa é uma tradição do cinema, não dos games. E digo mais: no cinema temos a alternativa de chegar no momento exato em que o filme começa ou ir ao banheiro ou comprar pipoca, tudo isso sem correr o risco de voltarmos e nos deparar com a cena do nosso herói morto no chão por causa da nossa ausência de reação.

Toda essa especulação teria uma razão de ser: com a inserção de propagandas nas telas de load dos games, o preço dos mesmos seriam reduzidos ao consumidor final. Sinceramente, nem quero me dar ao trabalho de tentar entender a linha de raciocínio que dá fundamento a tamanho absurdo. Queria apenas concordar com a opinião de Michael Pachter, a de que a tal redução de preços não chegaria de fato a se tornar realidade. Se chegasse, dificilmente transbordaria do campo do irrisório para o do significativo.
E fico imaginando que a tentativa de implementação dessa nova estratégia de propaganda abusiva seria uma total admissão de que os desenvolvedores nem tem nem nunca tiveram a menor intenção de acabar com um inconveniente para 9 entre 10 jogadores de videogame, que são justamente os famigerados loading times.

A indústria de videogames é bilionária. Há muito já ultrapassou, em lucro, outras grandes indústrias do entretenimento como cinema e música. E eu fico aqui pensando, com meus botões de joystick, o quanto softhouses como a Bethesda lucraria com jogos como The Elder Scrolls ou Fallout, que nos consoles chegam a torturar o jogador com loads de mais de um minuto de duração. Some a isso o risco do logo de algum futuro blockbuster dessa gigante dos games ficar cauterizado em nossas retinas por causa de tanta espera...

O mercado atual de games, se não está completamente dominado, está sendo bastante influenciado pelo modelo americano de linha de produção exagerada. Vemos, atualmente, grandes empresas japonesas que antes ditavam rumos tentando se adequar ao modelo de "mais para mais lucro" e destruindo, no processo, grandes nomes de franquias outrora consagradas nos games. Franquias essas que alcançaram o estrelato com uma mentalidade extremamente oposta, a de criar com qualidade sem colocar o dinheiro na frente dos bois.
A mentalidade extremamente capitalista do modelo americano não é nenhuma surpresa, visto que foi justamente ela que possibilitou que uma ex-colônia inglesa alcançasse o status de principal potência econômica do mundo através de dívidas de guerra com grandes países europeus.
E menos novidade ainda é o resultado do modelo de negócio americano na pré-adolescente indústria de games. Na década de 80 os americanos conseguiram destruir o mercado de videogames na América do norte com o Atari e seus clones de baixíssima qualidade. Foi necessário o esforço heroico de um encanador bigodudo para recuperar a vontade dos jogadores americanos por jogos de videogames. Ao menos jogos de console, pois a indústria de games de PC deve ter dado graças aos céus pelo crash da indústria e pela autodestruição acelerada do Atari e seus clones.

Nem olha pra mim! Eu só quero voltar pra casa!















O fato é que, pela primeira vez em trinta anos, eu estou temeroso com relação a minha relação de gamer-consumidor. Nunca o jogador e comprador de videogames foi tão testado, insultado, acuado e ao mesmo tempo negligenciado por uma indústria que deveria dar o mínimo de valor à mão que a alimenta.
A solução é evitar ao máximo de morrer em um jogo, e ficar dando voltas no mesmo cenário para evitar de ser bombardeado com uma avalanche de comerciais sobre o quadragésimo oitavo DLC do COD, a roupa nova da Chun-Li no Marvel VS Capcom, a ferradura reforçada pro Pé-de-Pano no The Elder Scrolls 6: Elsweyr...


Au Revoir...

domingo, 13 de janeiro de 2013

MUNDINHO DO AVESSO

Jogar videogame significa se dedicar a um entretenimento que pode ser bastante imediatista, às vezes.
Para avaliar certos aspectos desse ramo de entretenimento eu costumo me ater ao fato observado em diversas ciências (como física, química ou biologia) de que o macro costuma se espelhar no micro e vice-versa. Só para evitar o surgimento de várias interrogações na cabeça dos (poucos) leitores do blog, um rápido exemplo: os planetas e seus satélites naturais; o núcleo do átomo e seus orbitais; uma célula e suas organelas...
Com mecânicas buscando uma diversão mais imediata, por vezes, esse ritmo de evolução acaba transparecendo de uma forma geral nos rumos que a indústria de games toma. Mais uma vez, inspiração advinda do site de notícias de entretenimento Omelete (apesar de que não vou transcrever o texto na íntegra).


FAR CRY 3 É CENSURADO NO JAPÃO

Já vi que, pra jogar Far Cry 3, terei que contornar uma velha fobia...











Essa notícia só pode ser considerada ou uma piada de mau gosto ou um claro sinal de que os papéis, definitivamente, estão se invertendo entre os dois hemisférios do mundo dos games. Japoneses se queixando de conteúdo violento em um game? Peço que o leitor faça uma breve pesquisa sobre jogos e animes mais violentos já feitos (pois eu estou com preguiça de fazer isso no momento). Claro, muita coisa (no caso de games) como Carmageddon e Mortal Kombat vai aparecer nas páginas do livro da vida que é o Google. Mas uma boa parte das referências apontará para obras da cultura japonesa, como Berserker, Ninja Gaiden entre outros.

E aí eu pergunto, em caixa alta? POR QUAL RAZÃO OS MANÍACOS POR VIOLÊNCIA E ANIMÊS SOBRE GAROTINHAS SENDO VIOLENTADAS POR TENTÁCULOS DE TODA ESPÉCIE (OBRIGADO AO AMER PELA INFORMAÇÃO) SE INCOMODARIAM POR CAUSA DE UM JOGO COM TIROS E “MERAS” MORTES AO ESTILO POLÍCIA-E-LADRÃO?

A razão da censura estaria em uma cena de sexo envolvendo um ferimento (???). Infelizmente, careço de imaginação sexual bizarra necessária para ter noção do tamanho do problema. De acordo com a notícia, algumas ações mais violentas foram retiradas e, pasmem, o jogador que matar três inimigos seguidamente sofrerá um tipo de penalidade... Aham... Qual é a idade da indústria de jogos mesmo? Trinta, ou três?
Também quero evitar spoilers em uma compra certa de um game que estou aguardando muito. Mas ainda fica a dúvida: será que só eu percebi que existe um enorme numeral 18 estampado na capa do game? E pra quê foram criados órgãos de classificação etária de jogos e filmes? 
De uma coisa eu tenho certeza: desculpem-me pelo clichê, mas essa notícia só serviu para apressar a aquisição do Far Cry 3 pela pessoa que vos escreve. Bela jogada de marketing, Ubisoft...


MARVEL HEROES ONLINE

Haja dinheiro pra comprar essa cambada toda...












Esta notícia não veio do site citado acima. Veio do canal de vídeos do Youtube Gamer Point, do já conhecido Guilherme Gamer. Antes que a curiosidade se estabeleça na mente dos leitores do blog, sim eu acompanho o Gamer Point apesar da quase que total falta de opinião do Guilherme quando o assunto são jogos. Depois que passou a inserir propagandas de patrocinadores em seus vídeos, nem se fala.
O motivo é que eu gosto da “notícia falada”, para dar uma folga aos meus cansados olhos de jogador de videogame.

Bem, o caso é que o jogo de MMO com os personagens da Marvel/Disney Comics é gratuito. Free 2 play. O problema é que, de acordo com a notícia do vídeo, para desfrutar de todo o conteúdo que o jogo tem a oferecer o jogador americano precisará desembolsar a quantia total de U$120,00. Isso mesmo que você pensou: quase o dobro do valor de um jogo de lançamento de consoles (PS3 e 360). Se comparado aos jogos de PC, a cifra fica ainda mais absurda. E olha que estou me reservando ao direito de não converter para o real...
A desenvolvedora do game, por sua vez, afirma que todo o conteúdo extra (sete pacotes de DLC, se não me falha a parca memória de jogador de videogame) pode ser desbravado com a versão gratuita do jogo, apenas exigindo mais tempo dos jogadores que optarem por essa alternativa. Uhum... Sei... Deixa eu dar uma olhadinha no meu R.G... Não senhora, eu não nasci ontem.

A primeira vez que ouvi ou li algo a respeito de um jogo online que, para jogar seria “gratuito”, exigindo dinheiro apenas dos jogadores mais “dedicados” que desejassem adquirir itens e regalias, soou um sininho silencioso e imaginário na minha cabecinha do tipo “isso vai dar em mer...”
A quem essas desenvolvedoras acham que vão enganar com este tipo de jogada de marketing infantil e descarada? Sinto informar que jogos, em sua grande maioria, não são mais feitos para crianças.

Quando paro pra pensar nos jogadores que não se incomodarão em se sujeitar a esse tipo de artimanha sinto muita pena por causa dos dois tipos de situação que a deci$ão da desenvolvedora possibilita:

1-os jogadores que baixarem o jogo “gratuito” e pagarem por todos os DLCs estarão, como eu disse anteriormente, se sujeitando a um golpe baixo da empresa, ao mesmo tempo que servem de cobaias para aferir o senso de julgamento (ou falta dele) dos jogadores em tomar decisões que envolvam seus objetos de desejo;

2-os pouco abastados que quiserem apenas desfrutar da parte gratuita do game terão que conviver com players “bugados” e super-poderosos, travestidos de toda sorte de itens e recursos colocados no game para beneficiar apenas aqueles que querem ou podem pagar. E tudo isso para atestar a aceitabilidade de um sistema desonesto e ganancioso que as desenvolvedoras vêm tentando empurrar goela abaixo dos jogadores ao longo dos anos, sem resultados muito concretos (felizmente).


Esse foi mais um desabafo em forma de notícia aqui no meu blog. É também uma forma de deixar claro que o blog não está entregue às moscas, mesmo com a baixa frequência de postagens.  Além do velho mimimi sobre falta de tempo, cito também a minha dedicação a posts quilométricos e as minhas crises de falta de paciência como principal causa do problema.
Agora dá licença que eu vou comprar uma armadura nova pro meu pangaré no The Elder Scrolls...


Esse Pé-de-Pano vai me levar à falência!


Au Revoir!!!

domingo, 6 de janeiro de 2013

PRISÃO SEM MUROS



Jogos de videogame, volta e meia, são alvo de toda sorte de acusações por parte daqueles que (em geral) não compartilham do mesmo amor que nós por esse meio de entretenimento.

Jogos fazem apologia à violência. Jogos alienam. Jogos servem como cano de escape da realidade. E jogos desestimulam as interações sociais entre crianças e jovens.
Alguns desses fatores podem até se confirmar como verdade, mesmo com a palavra “jogos” podendo ser substituída por “filmes” ou até mesmo, em uma comparação mais radical, “drogas”.
Mas, dessa última acusação eu discordo veementemente.

De forma alguma não me atenho ao argumento da facilidade de interação devido a modernidades como conexão de banda larga e internet em geral. Me atenho às interações mais básicas mesmo, que eram fundamentadas ao mesmo tempo em que a nossa própria personalidade vai sendo construído durante a infância e pré-adolescência.
 Traduzindo para o português: posso afirmar, com plena certeza, que uma boa parte das minhas amizades aconteceu por causa de games, ou tendo os mesmos como intermediário. A maioria masculinas, confesso, pois jogos ainda são, infelizmente, um tabu para as mulheres. A prática assídua de jogar games, pelo menos, ainda é.

Mas o que quero dizer é que muitas das pessoas (algumas conheço há uns dez anos, no mínimo) com as quais mantenho uma séria e duradoura relação de amizade, eu conheci por causa de jogos eletrônicos, por meio de antigos e divertidíssimos rituais: levar uma “fita” de SNES para a casa de um conhecido; organizar campeonatos de jogos, com preferência para o “multiplayer” (como Super Mario Kart, Street Fighter ou Mortal Kombat); praticar muito bulling aos perdedores (no sentido “saudável” da palavra, se é que existe) e voltar para casa com a “fita” em questão e um grande sentimento de vitória ou derrota, além da pavimentação de boas amizades.
E olha que aos rituais não estou incluindo as freqüentes visitas às casas de jogos, ambiente mais que perfeito para interagir socialmente e discursar sobre qual arma evolui mais rápido as matérias do Cloud.

Sinto muito, Liara: vai ter que comprar seus próprios games de Playstation 14...

(não) Deixando o saudosismo de lado, posso dizer que gostava muito dessa época. Época essa que, se depender de uma certa empresa multinacional cheia de cifras nos olhos, está para acabar.
Isso porque a toda-poderosa Sony anunciou o desenvolvimento e patente de uma “nova” tecnologia que impede o uso de jogos usados em diferentes consoles. Nova entre aspas mesmo, pois a ideia é mais do que antiga. A de tentar tolher a liberdade do ser humano, pelo menos, é.

E esse tipo de prática não só vem dando muito certo como parece estar sendo aceita sem muita resistência por aqueles que veneram a liberdade de desbravar extensos mundos digitais no cantinho de seus quartos. É só parar e se lembrar do exemplo não muito distante do jogo Diablo 3, lançado no ano passado: a campanha principal, mesmo sendo offline, só pode ser aproveitada se o jogador dispor de uma conexão de banda larga. Seria essa uma medida para garantir uma espécie de controle de qualidade ou suporte aos jogadores? Ou uma espécie de “trava ideológica” para assegurar que os gamers conheçam o jogo da forma que seus criadores o idealizaram? Ou seria, ainda, uma medida própria da empresa para burlar práticas de pirataria com seus produtos visando o benefício próprio? Eu fico com a terceira opção.

A Sony tenta se justificar, afirmando que o objetivo é “restringir de forma confiável o mercado de jogos de segunda mão. Como resultado, o comércio de jogos usados será suprimido, o que por sua vez reforçará o retorno de parte do lucro das vendas de volta para os desenvolvedores”.
Diante de tamanho despautério, adoraria que me explicassem o sentido do trecho “forma confiável” e também me traduzissem o sentido da parte final da declaração.
Mas traduzir algo tão óbvio é tarefa das mais fáceis, então eu mesmo faço: A LIBERDADE DO JOGADOR EM USUFRUIR DE UM OBJETO DA FORMA QUE LHE CONVIER EM TROCA DE MAI$ LUCRO$ PARA UMA INDÚ$TRIA BILIONÁRIA QUE (MESMO SE CANIBALIZANDO) VAI MUITO BEM DA$ PERNA$.

Provavelmente tal medida não causará muito impacto em países mais desenvolvidos culturalmente, onde games podem ser comprados ao equivalente que o brasileiro costuma pagar em uma entrada de cinema. Jogadores de PC, acostumados às maravilhas do Steam, dificilmente tomarão conhecimento da proporção e do perigo que este precedente abre. Mas, como eu mesmo acabei de dizer, tudo isso pode ser mesmo apenas uma questão de precedentes. É só se lembrar o que estavam tentando fazer com o Steam aqui no Brasil e o leque de (preocupantes) possibilidades se abre como uma planta carnívora faminta prestes a acabar com o livre-arbítrio que todo possuidor deve ter sobre um bem possuído.


A SONY QUER FALIR

Um minuto de silêncio...












O título acima foi um comentário que li no mesmo site onde tomei conhecimento da notícia (como sempre, Omelete.com.br). E não acho exagero por parte de seu autor não.
Se a Nintendo se acha gabaritada a decidir pelo consumidor e a Microsoft tenta (e consegue) ganhar mercado da maneira que pode, a Sony vem apresentando uma clara postura de arrogância e autoritarismo, dignos de uma empresa de ego inflado por ter subido ao pódio durante duas gerações seguidas (PS1 e PS2, só pra deixar claro) e que ainda não percebeu que não é mais assim que a banda toca.

Munida de super computadores abarrotados de recursos natimortos e reconhecimento de mídias irrelevantes, a empresa parece não ter consciência da realidade nos tempos atuais.
O consumidor seja de games, música ou qualquer outro meio de entretenimento, está cada vez mais "promíscuo" quando se trata de dar suporte à empresa X ou fabricante Y. E quer saber? É assim que a roda do capitalismo gira: a procura é o que dita as leis, e não a oferta de empresas prepotentes que não levam em consideração o fator mais importante quando se lida com seres humanos: a imprevisibilidade.

É essa a forma que a indústria (generalizando mesmo, pois se os jogadores não abominarem a ideia, certamente a prática será o padrão) tem de combater a pirataria e proteger os direitos de seus produtos? Tolhendo os direitos de quem, justamente, sustenta e dá suporte à indústria?
É certo que fatores como pirataria e mercado de usados contribuem para o surgimento de tais artifícios, mas investir em tecnologias com o propósito de encarcerar os consumidores que “andam na linha” não me parece ser uma das melhores formas de lidar com o problema.
Ah, e vale lembrar que a nova tecnologia da empresa também se alastra a filmes, músicas e aplicativos de toda espécie... Fica a oportunidade de reflexão no ar...